“... Foi há
sete anos, quando recebi o diagnóstico de câncer
bilateral de mama, tendo sido submetida a mastectomia, além dos
tratamentos complementares, como radioterapia e quimioterapia. Foi após a
primeira sessão de quimioterapia, quando apresentei muitas reações, com
náuseas, vômitos e dores de cabeça, além da habitual queda de cabelos. Fiquei
muito debilitada e deprimida com aquela primeira resposta ao tratamento.
Minha
mãe veio até mim e me falou de um indiano, professor de física, ..., o qual
estava desenvolvendo um trabalho com pacientes em tratamento de quimioterapia
no Hospital do Câncer. Solicitou-me que eu fosse até a sua casa, ... Eu
concordei, um pouco reticente, pois, como médica, eu tinha uma formação muito
cartesiana e era muito descrente da abordagem holística na medicina, por
desinformação e formação técnica que a faculdade nos oferecia. Resumindo, eu
era uma médica especialista, nada de questões quânticas. Mas, mesmo assim, fui,
mais para não desagradar minha mãe, ansiosa por me ajudar naquele momento tão
desesperador para mim e mais ainda para todos de minha família, que sofriam
mais do que eu com o diagnóstico do câncer. Ao me deparar com aquele homem
baixinho, franzino e moreno, calvo e de cabelos grisalhos, de nariz longo,
típico dos povos hindus, passei a me perguntar o que ele poderia fazer por mim.
O que um homem daquele, tão simples, teria a me oferecer. Fomos apresentados
pela Ved, sua esposa, eu e minha mãe; ele respondeu em voz baixa e pausada: “tudo
bem, minha filha”?, sua voz era calma e emanava paz, que há muito não via; seus
gestos eram lentos e tranquilos. Ele me abraçou, apesar de seu corpo franzino,
seu abraço era tão firme e aconchegante que envolvia todo o meu corpo. Eu senti
um calor e uma paz tão grande que me deu vontade de não mais soltá-lo. A seguir
me beijou pausadamente no rosto, parecia um pai recebendo uma filha que há
muito não via, saudoso pela sua volta. Ali fiquei, decidida a ouvi-lo,
convencida pela firmeza do seu abraço e pela confiança que aquele homenzinho de
aparência frágil me transmitia. Conversou comigo em voz baixa, me inquirindo
sobre o meu estado de saúde, física, emocional e espiritual, de como me sentia
no momento, após o diagnóstico do câncer de mama; pediu-me para que eu falasse
tudo que sentia, tudo que me afligia e que abrisse meu coração e chorasse as
minhas dores.
Agora,
passados alguns anos, lembro-me de como foi bom ter chorado bastante naquele
momento tão doído da minha vida, coisa que não havia conseguido fazer até
aquele momento. Foi como se eu tivesse lavado a minha alma e me libertado de
toda carga que eu vinha carregando até aquele momento, desde que ouvira o
malfadado diagnóstico, que caíra sobre mim como uma condenação de morte. Nesse momento,
começou o meu processo de cura, a partir das poucas palavras, porém sábias do
professor Harbans, quando me disse: “a aceitação da doença é o primeiro passo para que se inicie o
processo de cura”.
E
assim foi. Iniciamos então todo um processo de mentalização da minha cura.
fazíamos regularmente mentalizações, relaxamentos, alongamentos e exercícios de
respiração, o que muito me ajudou a superar os para-efeitos indesejáveis da
quimioterapia. Todos os que conviviam comigo ficavam impressionados como eu
melhorava a cada dia quanto aos efeitos colaterais da quimioterapia,
minimizados pelas sessões de relaxamento e mentalizações que eu fazia. ... Assim,
consegui superar os efeitos deletérios do tratamento e terminá-lo sem grande
debilidade, tendo conseguido, ao final do processo, trabalhar entre os
intervalos das sessões de quimioterapia. Cheguei a associar concomitantemente
quimioterapia e radioterapia, o que não é habitual para todos os pacientes, já
que isso acarreta muitas vezes quedas acentuadas na imunidade dos pacientes.
Ao
término do tratamento, várias pessoas leigas, além dos médicos que me
acompanhavam, souberam do sucesso do meu tratamento e passaram a encaminhar
mulheres com diagnóstico de câncer de mama até a mim para que conversassem comigo
sobre o enfrentamento do diagnóstico de câncer, o meu tratamento e a abordagem
holística que vinha realizando com o professor Harbans. Passei a levá-las para
o Instituto de Yoga para que conversássemos com o professor Harbans. ... Além
de tudo compartilhávamos nosso cotidiano com o diagnóstico e tratamento do
câncer e fazíamos o enfrentamento rotineiro com a doença.
...
É como se ao longo da sua jornada ele plantasse sementes orientando nossas
mentes para um universo mais completo nos ensinando o caminho de volta para que
sejamos seres mais coesos, sem fragmentos, a partir da junção de todas as
nossas partículas por menores que possam ser. Ele nos ensina o domínio da nossa
mente sobre o corpo, a tranquilidade do ser, à procura de uma saúde integral. Ninguém
melhor do que ele, como físico, doutor que é, consegue em toda sua plenitude
promover a nossa cura quântica e encontrar o nosso ser holístico, fazendo as
pazes com o universo.
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